Uma vez me disseram o segredo para se auto aceitar

08:00

O segundo post mais visto aqui do blog é um que eu respondo perguntas de leitoras sobre o meu cabelo. E sempre eu sou cobrada para falar mais sobre esse assunto por aqui, mas sinceramente eu não sei o que falar, por isso eu nunca falo nada sobre ele, haha. Mas confesso que gosto de pesquisar, experimentar produtos e falar sobre cabelos. Então tirei esse momento para falarmos sobre mulherzices e auto-aceitação, pois bati um papo que me tocou de um jeito diferente esses últimos dias.

Uma leitora (que não irei citar o nome, pois não sei se ela se sentirá a vontade) me chamou no inbox da minha fanpage e tivemos uma conversa sobre cachos. Ela me perguntou como eu aceitei meu cabelo e me contou que ela não conseguia de forma alguma aceitar o dela, que por sinal é lindo. Depois de passar para ela um monte de links maravilhosos sobre como cuidar da maneira certa dos nossos cachos, me deu vontade de contar para vocês (e em especial a ela) como eu aprendi a me aceitar, não somente da parte do cabelo, mas em tudo. 

Eu sempre gostei muito do meu cabelo, talvez porque sempre o elogiaram, minha mãe quando eu era criança cuidava muito bem dele, fazia cachinhos para ficar ainda mais cacheado e sempre estava hidratando-o. Mas havia algo que me incomodava nele e era o volume. Eu tinha muita vontade que ele fossem menos volumoso e meus cachos mais definidos e claro, grande, muito grande (talvez por isso que hoje eu não consigo me desapegar do tamanho dele). E confesso que algumas vezes quando tinha meus 11 para 14 anos sentia uma vontade enorme de ter o cabelo igual das minhas amigas que eram bem liso ou ondulado, pois achava que assim meus problemas estariam resolvidos.

Apesar de todo mundo falar que ele era lindo daquele jeito eu não conseguia aceitar realmente que eu era bonita com o cabelo tão volumoso, foi aí que entrei na onda dos relaxamentos e graças que nenhum deles que eu usei retiraram totalmente meus cachos, apenas baixavam o volume. E era justamente isso que eu queria, porque apesar de tudo eu sempre gostei dos meus cachinhos. Mas é horrível ficar com aquele cheiro no cabelo e correr o risco de algo dá errado, para me sentir "mais bonita". Afinal, eu já era bonita sem tudo aquilo. O problema era que eu não me sentia.

Foi mais ou menos na idade de 15 anos que eu assumi realmente meu cabelo da forma que ele era, sem relaxamento, lembro que na adolescência passava bastante tempo com ele amarrado, feito trança porque ficava incomodada (hoje eu não gosto nem de ver um elástico de cabelo na minha frente). E atualmente eu percebo que o meu cabelo sempre foi bonito e todo mundo tinha razão em elogiá-lo. E quer saber? Fico muito feliz em ter o meu cabelo desse jeitinho.
Lembro que uma vez ainda pequena numa conversa que eu tive com uma das minhas professoras, em que abri o meu coração para dizer que eu não gostava do volume do meu cabelo, ela me disse que havia um segredo mágico para as pessoas se aceitarem do jeito que Deus as fizeram. Curiosa perguntei qual segredo era esse e ela me disse que o segredo era: todos os dias olhar no espelho para a parte que a gente mais odiava no nosso corpo e dizer para aquela parte as seguintes palavras: Te aceito, por você ser exatamente desse jeito! Vocês não imaginam a raiva que eu senti, pensei que a minha professora estava falando aquilo me "zoando" e eu não conseguia entender em como dizer aquelas palavras, para justamente a parte que eu mais odiava no meu corpo, iria ajudar em alguma coisa, me perguntava do que aquilo iria adiantar.

E adiantou.

Depois de anos é que eu fui perceber que a minha professora estava apenas querendo que eu olhasse com cuidado para a parte que me incomodava, porque se eu olhasse com mais cuidado eu iria perceber que ela era sim bonita de um jeito único. Demorou para eu entender. Mas realmente funcionou, sempre que eu me olhava no espelho ficava pensando no que ela havia me dito e acabava olhando para o meu cabelo volumoso... Aí eu comecei a perceber que o que me incomodava era apenas o frizz que existia nele, descobri que um pouco mais de creme iria fazer com que eles sumissem, depois descobri que se eu finalizasse penteando com as mãos e amassasse em seguida iriam formar cachos mais naturais e definidos (a famosa fitagem, nem sabia que era esse o nome). E tudo isso descobri apenas me olhando no espelho com mais cuidado para a parte que mais me incomodava.

Hoje me amo com o cabelo volumoso ou com coque, com ou sem maquiagem, com roupa curta ou com roupa grande, acabando de acordar ou acabando de sair, sorrindo, cantando, tocando e sendo feliz. Sendo eu mesma. Tudo isso graças as sábias palavras de uma senhorinha e as minhas constantes olhadas no espelho para a parte do meu corpo que eu menos gostava. E o engraçado é que até hoje eu faço isso, se eu vejo alguns quilos a mais na minha barriga, alguma estria, simplesmente me olho no espelho e digo em voz alta: Te aceito, por você ser exatamente desse jeito. Virou um mantra na minha vida, sabe?!

E olha que irônico, hoje as partes que antes me incomodava são as que eu mais amo.
Perceba as suas qualidades e enxergue o bonito naquilo que exatamente te incomoda. Ninguém é igual a ninguém, e é isso que torna cada um de nós mágicos, diferentes, interessantes e lindos. Faça o exercício de se olhar no espelho todos os dias se amando, cara leitora, tenho certeza que perceberá o mar de cachos lindos que existe na sua cabeça e se aceitará de todas as formas possíveis. E para todas nós, cacheadas ou não, o que importa é se sentir bem e feliz consigo mesma. 
Essa foi minha história, agora quero saber como vocês se auto-aceitaram? Vamos compartilhar amor próprio e ajudar quem precisa se auto aceitar.

You Might Also Like

12 comentários

  1. Ai eu adoro quando você fala do seu cabelo <3 Não tenho nenhuma relação parecida pois nasci com o cabelo "clichê" liso e loiro acizentado, minha questão é com a cor. Fui ensinada a ser loira para ficar mais atraente e por ficar "bonito" com meu rosto, porém quando eu decidi mudar e pintar de colorido fui muito julgada. Acredito que tudo aquilo que foge das padrões já estabelecidos assusta, assusta pensar diferente e não ser um igual em meio a multidão e demorei para perceber isso, se tivesse percebido antes teria meu cabelo colorido até hoje (não faço de novo, porque estou procurando estágio e as pessoas não aceitam infelizmente :/) queria largar essa opressão e apenas ter meu cabelo de várias cores e cuidar dele. Adoro ver que você se ama e acho que é bem o que sua professora disse: amar aquela parte que você não gosta. Enfim, adorei esse post e desculpa o desabafo haha

    www.vestindoideias.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ebaa <3 Falarei mais sobre ele, haha <3

      Cabelo colorido é muito amor, infelizmente esse ensinamento ainda existe de que você só fica bonita se for de tal jeito, e essa é uma grande mentira que contam para gente. As pessoas tem que parar de pensar dessa forma, tem que parar de ENSINAR as meninas dessa forma. Somos lindas por sermos diferentes.

      Justamente, aquilo que é incomum assusta e muito. Também acho uma falta de respeito das empresas em não aceitar pessoas tatuadas, com muitos piercings e com cabelos coloridos. Acho um puta preconceito.

      Mas espero do fundo do meu coração que um dia você se livre desses opressores e seja feliz com aquilo que você quiser fazer. E minha professora tinha toda razão do mundo, adoraria um dia reencontrá-la e agradecer pelo o aprendizado (não apenas esse, mas também os muitos outros que ela me ensinou).

      Obrigada e fique a vontade para desabafar sempre que precisar <3

      Excluir
  2. Eu também não aceitava os meus cabelos. Eles são ondulados alguns dias, e nos outros são indefinidos... Eu recorria pra chapinha e com o tempo acabei enfraquecendo, quebrando e estragando os fios... Hoje evito muito usar qualquer tipo artificial e procuro usar sempre natural! Me encontrei no ondulado. O seu cabelo é natural na raiz?? Beijos!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Chapinha inimiga. Haha. Que bom que você se livrou dela.

      A raiz do meu cabelo Lu é mais lisa do que as pontas... E antigamente eu também usava bastante chapinha na minha franja, mas parei faz algum tempo. O que eu uso para ficar bem lisinha é aqueles bobs bem grandão (é o amor da minha vida), é só enrolar por 10 minutinhos que fica liso. E quando tenho que sair para algum lugar eu passo o secador que ele fica assim.

      Beijos.

      Excluir
  3. Oii, tudo bom. E com você?

    Liso na raiz e o resto meio cacheado e tal? Sinceramente, seu cabelo deve ser lindo, haha.

    Olha, deixa eu te dar um conselho, não alisa antes de tentar se aceitar como você é. Tá? Porque depois de alisado demora para voltar ao que era e talvez nunca mais volte. Porém se você perceber que se sentirá melhor com o cabelo liso, tente. O importante é você se sentir bem com você mesma.

    Pratica mesmo esse exercício. Todos os dias se possível. Olha com carinho para o seu cabelo e perceba que ele é diferente. E ser diferente é tão legal. Haha. Aliás, estamos no mesmo time de cabelos diferentes. Haha.

    É um prazer compartilhar isso com vocês e ajudar de alguma forma. Um beijo grande.

    ResponderExcluir
  4. Que professora mais sábia!
    Também sofri muito com meu cabelo, acho que mais que você, pois não conseguia aceitá-lo do jeito que era e viva a base de prancha. Hoje aprendi a me amar como sou naturalmente, com ou sem make, crespa ou pranchada. É muito importante ouvir das outras pessoas o quão bonitas somos, mas o mais importante é a gente saber enxergar essa beleza.
    Beijos!

    www.PrioridadesFemininas.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lud, você por aqui?! Haha. Você é uma das minhas feministas preferidas acredita? haha.

      Imagino que tenha sofrido, já vi muitas histórias sobre cabelo e aceitação e percebo que eu não sofri tanto como eu imagino. Mas o bom é que tudo isso me trouxe um grande aprendizado: de aceitar cada parte do meu corpo do jeito que ele é.

      Essa é a melhor parte Lud, aprender a se amar de qualquer jeito e se olhar no espelho e realmente ficar feliz com aquilo que vê.

      Ahhh, e te acho muuuito linda mulher! E não sabia que tinha blog. Arrumei mais um para linkar nos meus favoritos <3

      Beijos

      Excluir
  5. Amei o seu post! Sério! Super inspirador. O importante é gostar de como somos, sentirmos bem com nossa aparência, independente do que os outros pensarão.
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ahh, obrigada Polly. Sim, isso que é importante se sentir bem independente de tudo <3
      Beijos

      Excluir
  6. Seu cabelo é incrível, e que bom que aceitou ele, na escola me julgavam muito por conta dele ser liso em cima e enrolado em baixo e antes de ter chapinha vivia com ele preso e usava óculos ainda, pensa os inúmeros de apelidos, quando comecei a usar a chapinha não era tantos, pois o "igual" já não era mais motivo, até que enjoei e decidi assumir mais deixar solto e nao preso e com produtos cuidar mais, ainda teve zombações mais tbm por diversos motivos, hoje em dia uso metade do meu cabelo colorido e infelizmente sempre tem aquele povo que julga e para arrumar emprego é horrivel, acredita que quando entraa nas lojas o povo olhava feio? Cabelo cacheado e colorido, olha que e só as pontas, fico pensando como o ser humano é tão ruuim.. =/
    Eu tenho que retocar o meu cabelo, é tragico vc ter que ser outra pessoa para poderem te aceitar em um emprego u.u

    Beijinhos =*
    www.eraoutravez.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ahhh Pamela, obrigada... Nossa, que barra você deve ter enfrentado na sua infância e infelizmente é um absurdo que você ainda enfrente preconceitos na vida adulta. Não entendo essas empresas, eles deveriam valorizar a diversidade e o bem estar dos funcionários para que assim eles pudessem produzir mais e de melhor forma, pois o bem estar vai muito além de saúde, mas também de estar bem com a nossa aparência.

      Mas enfim, o bom é que você parece lidar bem com tudo isso. E na verdade é isso que importa: vencer os obstáculos.

      Beijos Pam

      Excluir
  7. Adorei! Não tenho muito problema de aceitação, sabe? Eu consigo me aceitar do jeito que sou, ainda bem. Mas o seu texto é muito motivador e com certeza vai servir para mim algum dia, afinal, sempre tem aquele dia que odiamos tudo, né?

    Eu pensei que você fazia parte do #MeAmoAssim, mas acho que não né? Espero que você faça, porque é bem legal e é bem parecido com o que você escreveu nesse texto: aceitação. O #MeAmoAssim é um projeto e tem um grupo lá no Facebook, basta procurar a hashtag.

    Beijos da Manu
    Visite o blog Coisas do Tempo e seja feliz ♥

    ResponderExcluir

Popular Posts

Instagram

Inspiração do Dia

Inspiração do Dia