Fazer textão sobre quem a gente mal conhece não é tão fácil como eu imaginava na hora em que eu me acordei hoje pensando em escrever. Escrever para você. Só me dei conta disso depois que fiquei horas ainda no primeiro parágrafo. Já cansada de esperar as palavras surtirem efeitos na minha cabeça, levantei da cadeira branca a qual eu estava sentada, fechei minha agenda de capa preta, me olhei no espelho que fica na parede mais sem graça do meu quarto e pela primeira vez em dias percebi que estava mais linda que o de costume. Talvez porque passei a noite sonhando com você. 

Aqueles sonhos sabe? Demasiadamente ardentes. Mas quer saber, os melhores sonhos que sonho com você são quando não estou deitada na minha cama e nem estou com os olhos fechados. Sonho com você acordada, talvez eu sonhe com aquele dia em que passaremos vestidos nos moletons mais velhos dos nossos armários, eu fazendo minha melhor especialidade na cozinha e você lavando a louça. Porque definitivamente eu não gosto de lavar louça.

Enquanto eu me olhava no espelho e imaginava coisas sem sentido percebi que você me faz bem, percebi que o número 17 é o meu número da sorte, castanho claro nesse momento é minha cor preferida e seus braços é o lugar que eu mais anseio conhecer no mundo. E olha que eu tenho uma lista grande de lugares para conhecer.

Hoje resolvi escrever para simplesmente registrar. Registrar meus sonhos escondidos, minhas vontades secretas e meus segredos sórdidos que só você sabe. Enquanto o dia passa eu me preocupo em olhar o sol pela janela e imaginar o dia em que os meus olhos só verão os teus. E os teus os meus.

Não te contei. Mas talvez você já sabe. Escrever é meu ponto de paz. Porém, confesso, que nesse instante o meu ponto de paz não está em tocar meu violão, meu teclado ou em uma caneta, papel e pensamentos em forma de textos. Meu ponto de paz está com você em um momento fugaz.

É. Você me faz bem.