Tem tempos que precisamos tirar um tempo do tempo, das pessoas, da vida, das coisas que gostamos, das que não gostamos, adiar nossos planos e até evitar sorrir muito. Nesses últimos dias estava assim: evitando o inevitável e esperando o provável. Em versos não consigo dizer o que se passava, na verdade, nem em palavras pronunciadas eu consigo entender, talvez fosse mais um daqueles colapsos em que precisamos tirar umas férias repentinas. E o mais importante, sem avisar a ninguém. 

E foi o que eu fiz.

Postei menos aqui no blog, nas redes sociais e no mural da vida. Confesso que é tanta rede social que eu fico saturada. Mas não sumi de tudo. No youtube eu continuei presente e é tanta reciprocidade naquela rede que fico até mal se não postar um vídeo por semana. Fui recebida tão bem por ali que ver que fazer vídeo estava dando certo se tornou um consolo por muitas coisas não estarem acontecendo da forma que eu desejava, por muitas coisas estarem desandando, por muitas coisas passar pelas minhas mãos e eu ficar sem saber o que fazer.

Mas fiz.

Fiz o que tinha que fazer.

Aproveitei as férias sem me preocupar em quantos pôr do sol eu tinha que fotografar, em quantas fotos se divertindo com os amigos eu tinha que postar, conheci pessoas novas que fez eu me diferenciar. E presenciar sentimentos de positividade debaixo de um luar.

Nesse meio tempo decorei todo o meu quarto, sorri para estranhos, pintei quadros para uma provável parede branca, tentei aprender a tocar violão, quebrei a tela do meu celular e a perna do meu óculos, preferi fazer compras de decoração ao invés de roupas, voltei a ter pisca - pisca no meu quarto, gravei muitos vídeos, ganhei uma sobrinha, continuei a escrever meu livro, voltei a ler desesperadamente e fiquei de DP na faculdade de novo.

Estou bem. Agora sim. Porque percebi que não preciso de muito para ser feliz, que imprevistos acontecem, que a claridade da manhã através de uma cortina branca amarelada é a melhor coisa que existe, que momentos precisam ser vividos e nem sempre precisam ser compartilhados. Aprendi a aprender. Sorri pouco, mas sorri com vontade. Chorei, mas soube perceber o motivo do choro. Tomei banho de chuva e me senti renovada.

Renovada para começar de novo. No momento prometo que tudo vai voltar ao normal. Até me dá outro surto de vontade de viver além de um mural.