Eu pensei como combinamos. Cada um iria pensar se deveríamos seguir juntos ou ir para lado opostos. Pensei. Chorei. Sei que te prometi que não iria chorar, mas não me garanti e chorei. E chorei muito. E foi até melhor eu molhar meu travesseiro e soluçar no chuveiro. Estava precisando desse desabafo comigo mesma.

Sei que disse pra você que estava cansada. Não. Não pense de novo que estou cansada de você, do nosso relacionamento. Porque não estou. Me diz como é possível alguém se cansar do seu sorriso safado, do seu olhar mimado e do seu jeito estourado. Nem milhares de caixas de chocolates com avelã - igual aqueles que você me deu, lembra? - iriam fazer eu parar de me viciar em você. O meu cansaço é das nossas brigas. Na verdade eu usei a palavra errada o que eu queria dizer é que estou de "saco cheio" com tantas brigas e ameaças da gente parar de seguir em frente juntos.

Tá ok. Sei que você tem motivos e eu respeito. Porque eu sei que sou complicada, nem eu me entendo e não espero que você consiga me desvendar. Aliás, se estivesse no seu lugar agiria da mesma forma.

Sabe, depois que conversamos peguei o celular da minha irmã e rabisquei no bloco de notas - calma... Eu já apaguei - rabisquei motivos que eu tinha pra continuar e motivos para sair da sua vida. E sabe, eu nunca vi tantos motivos para viver aquele clichê que todo mundo fala: "Passar o resto dos meus dias ao seu lado". Os motivos para eu não continuar com você nem comecei a rabiscar, pois acho que você não sabe mas eu sou supersticiosa. As vezes eu acho que se pensarmos muito em algo acaba acontecendo, ou se escrevermos muito algo também acaba acontecendo. E o meu medo foi maior e optei nem começar a rabiscar essa hipótese para não correr o risco de acontecer.

Não queria te pressionar, mas eu queria que você entendesse. Quer dizer, na verdade queria te obrigar a entender o porque que eu tenho um blog.  Queria te fazer entender que os meus textos as vezes é de alguma música que eu escuto. Que meus contos as vezes acontecem com as minhas amigas. Sim, aquelas que você já conhece. A loira. A minha melhor amiga. A outra que você nem conhece tanto assim. Uma outra que você nunca nem viu e só conhece por nome. Queria que você entendesse que de vez em quando eu aumento a nossa história nas minhas crônicas... Sou escritora amadora. E escritores costuma aumentar seus dramas. Esse texto foi o único que eu não aumentei e nem diminuir. Pois a gente precisava sentar, tomar esse chá e conversar.

Pensei muito. E na verdade eu não decidi nada. Nem pensei em alguma solução pra gente. Mas preciso te fazer algumas perguntas: Deixa eu colocar os meus pés junto aos teus em uma praia qualquer e sentir a água salgada molhando nossos pés? Deixa eu sentir qualquer dia desses você acariciando meu cabelo em um dia da semana qualquer? Deixa eu te ver com cara de sono às 10:00 hs da manhã de um domingo? Deixa eu escolher a cor da sua blusa e vê se ela combina com sua calça antes de você ir trabalhar em plena segunda-feira? Deixa eu passar todos os finais de semana com a esperança de te encontrar? Deixa eu algum dia te fazer companhia enquanto você assiste futebol? Deixa eu chamar sua mãe de mãe e saber que ela me aprova pra você? Deixa eu te contrariar na escolha da música quando a gente viajar juntos no seu futuro carro? Deixa eu te ensinar a interpretar a Bíblia? Deixa eu viver tudo isso com você?

Parece-me que o nosso relacionamento ainda não deu o que tinha que dar.