Vida de uma universitária - 10 meses

14:24

Imaginar que um dos meus maiores sonhos precisava dá uma pausa não foi tão fácil, mas os conselhos do meu pai e o aconchego do abraço da minha mãe fez tudo ficar melhor. Quando cheguei em casa, na primeira semana do mês passado, olhei para o meu quarto  e percebi o quanto havia mudado. A decoração estava diferente demais para mim, queria o meu papel de parede floral que havia no meu outro quarto colado naquela parede verde e sem vida, tratei de no mesmo dia colocá-lo e montar meu home office, aliás eu precisava para trabalhar com o blog e para estudar para a faculdade.

Tinha ido embora uma pessoa e havia voltado outra. Era essa a sensação que eu tinha. E por mais que eu soubesse que seria igual, naquele momento eu sabia que iria ser diferente, eu teria que doar mais de mim e no final de semana seguinte a magia não iria acabar e eu não teria mais que voltar. Lembro que anotei com capricho na minha agenda, precisamente no segundo mês desse ano, aquela que seria minha rotina. E estava empolgada demais para me dar conta que não era para sempre. Que talvez pudesse dar errado.

Uma pequena lembrança se passou pelo meu pensamento: meu primeiro dia morando sozinha, eu ali sentada na minha antiga cama escrevendo, acompanhada do meu quarto vazio ao som das batidas do meu teclado, meias pretas 7 por 8, um violino pendurado na parede e uma mala cheia de roupas e saudades servindo como decoração, mas rapidamente se apagou, pois no presente eu sei que estou feliz demais com a vida e com a falta de solidão.

Essa temporada que passarei por aqui irá trazer novas conquistas, novos recomeços, menos responsabilidades, mais discernimento e vou confessar que tratei logo de mudar o ambiente dentro dessas 4 paredes que voltou a ser o meu refúgio particular. E é incrível como depois de um ano sozinha eu ainda sinto falta do meu espaço e das minhas portas fechadas. Manias que serão minhas, e serão redecoradas.

Dando um toque mais meu, do eu que sou atualmente. Troquei meu armário por uma arara demente, parede verde e sem graça por um papel de parede foral, quadros de papelão por quadros de gessos, agenda velha por uma nova agenda planner, espaços por cruzetas. Minhas bolsas e sapatos já estão organizados dentro do meu quarto do jeito que eu gosto: por cores e pelo tamanho do salto.

É... Foi um mês cheio, mas não posso negar que as viagens e artigos da faculdade me cansaram mais do que eu esperava, minhas olheiras estão me obrigando a usar o odiado corretivo da Mary Kay. Mas recompensa por sempre chegar em casa por volta das uma da tarde e encontrar cheiro de amaciante vindo do quintal, quarto organizado com a cama fria e um almoço vegetariano feito pela melhor cozinheira do mundo. Que por sinal estou amando: o sabor da comida e os quilos que abaixou na balança.

É... Não posso negar. Minha vida está deliciosamente melhor. Para quem muito me pergunta o porque eu respondo: não é que era ruim, não era o medo é apenas saudade e mais entendimento. Percebi  que está aqui é o que eu queria nesse momento, nesse mês eu estou com mais olheiras, mas sem dúvidas mais feliz, com o quarto mais bonito e os olhos mais fechados... Fechados de tanto sorrir. E a cada dia quando acordo a tempo de ver o sol nascer, lembro que ser feliz é ter pequenos momentos assim.

Além dos desencontros da vida e do meu não gostar de mudanças, havia uma parte de mim que estava se divertindo com tudo isso. Algumas roupas ainda estavam na mala, talvez por eu querer tardar as circunstâncias, pensamentos positivo e uma penca de livros para estudar. Artigos foi apenas um, mas durou 15 dias. Palestras, workshops, e vontade de ser feliz me refez. Mas ainda assim, percebi que os dias estão passando e eu só quero me formar de uma vez.

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