Aquela Conversa com o presente

13:50

Sempre - ou quase sempre- me pego refletindo sobre a vida. Eu, uma garota, com 18 anos, sem rumo e com desejos. Parece que todas as pessoas que completam a maioridade pensam do mesmo jeito. Pensam que algo bombástico pode acontecer a qualquer momento sem nenhum esforço. Acho que vocês entendem o que eu quero falar. E se não entende eu vou explicar. Quero dizer que todas as meninas que completam 18 anos pensa em morar sozinha, ter um trabalho dos sonhos, ter sucesso naquilo que faz e quer tudo isso logo. Parece que a partir de agora a vida vai ser mais rápida, parece que as cobranças das pessoas dobram, parece que estamos velhos. É incrível, mas agora quando vejo alguém de 15, 16 e até de 17 anos me sinto mais velha. Sinto até vontade de encher os coitados de conselhos.

E os adultos ainda tinham a cara de pau de me dizer que a adolescência é a fase mais complicada, eles esqueceram completamente de dizer que a entrada para vida adulta é uma loucura de sensações e vontades. E medo. É inevitável, mas sempre quando coloco minha cabeça no travesseiro começo a pensar em como será minha vida daqui há 1 ano. Sei que não pode mudar muita coisa. Posso ainda está aqui nessa cidade, ainda nesse quarto e vendo a vida passar devagar. Mas também sei que essa minha vidinha pode virar de cabeça pra baixo e dar cambalhotas. Posso e vou passar no vestibular. Pra outra cidade é claro! Morar sozinha, trabalhar em alguma coisa que eu goste, vê o meu blog crescer, ser totalmente independente e outras coisinhas a mais. Eu sei meninas e meninos é muita coisa para um ano. Mas se realizar a metade já estou feliz.

Não gente, não é isso eu não odeio minha cidade. Ao contrário eu a amo. Me sinto bem e aconchegante por aqui. Me sinto melhor ainda na casa dos meus pais. Mas eu sei que preciso de todos esses itens acima para eu poder ser mais responsável... Já que responsabilidade passa longe dessa pessoinha aqui. Eu amo o cheiro de chuva que só nessa cidade parece ter, nem me perguntam qual é o cheiro que eu não faço ideia, também amo quando eu estou aqui no meu quarto e percebo da janela que fica de frente pra rua, que os carros sempre passam. Talvez parem na hora do almoço, pois quando o relógio bate meio-dia as casas fecham e o barulho dos talheres batendo no prato ecoam de uma forma sútil. E enquanto tudo isso acontece, eu continuo escrevendo, passando da hora de comer de novo e tentando fazer o meu celular entrar na internet, pois hoje é o meu último dia para concluir o meu curso de redação no site IPED (algo me diz que não vai dá tempo), mas a internet da TIM é precária por aqui. E a preguiça é bem maior para ligar o computador. Como eu disse: responsabilidade não é o meu forte.

Sabe, me sinto grande demais para vê uma cidade parar... Como se aqui, mesmo acordando 10:00 hs da manhã, o dia demorasse a passar. Juro que é bom para estudar para o vestibular, pois assim tenho uma breve ilusão de que tenho mais tempo. Mas, é só uma breve ilusão. E ainda depois de tanto pensar, imaginar e projetar o meu futuro, me fizeram uma pergunta que mexeu com o meu psicológico que não tá lá essas coisas esses dias. Me perguntaram ontem o que eu queria, e eu não soube responder. Ou talvez não quis responder. Só soube responder que quero passar no vestibular e morar sozinha. E esse alguém me perguntou algo que eu queria saber a resposta naquele momento: 
-Você quer só isso? e eu disse: 
-Só!
Na verdade eu queria mais, só não sabia como dizer. Me expresso melhor através de textos do que pessoalmente. Apesar de falar muito. Ou talvez não confio tanto na pessoa que me perguntou isso e achei melhor não dizer. Besteira, né?

Só que agora vendo meu irmão jogar aquele jogo insuportável - Adventure Quest Word - as respostas que eu não tinha ontem está se formando na minha cabeça... Não, eu não quero só isso. Quero viajar pelo o mundo, quero fazer um mochilão. Quero novas amizades. Quero ser independente tanto de amor quanto de dinheiro. Quero andar por aí sem me sentir grande demais e nem me sentir pequena demais. Só quero andar por aí. Me encontrar nesse mundo. Ter um cantinho pra chamar de meu em todos os sentidos. E tudo isso depende de mim e só saberei a resposta depois do dia 27 de outubro... Mas isso fica pra outro texto.

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