Ao sair pela cidade, talvez perdida com meus pensamentos, talvez encantada com as luzes dos prédios. Ou apenas imaginando o dia em que eu talvez vá morar no seu apartamento no 18º andar. Sei que tenho medo de altura e em hipótese alguma irei olhar pra baixo pela janela da sua sacada as ruas com muitas pessoas encaixadas na típica vida de cidade grande.

Sempre ao andar pela capital, lembro que você está mais perto do que posso imaginar. E me lembro de quando me falou que havia imaginado me levando para passear com você por aqui. Não sei se te contei, mas desde aquele tempo tenho paixão em andar a noite por essa cidade. Parece que assim ressuscito o nosso passado e te trago para o meu presente.

Aqui de dentro desse carro enquanto não chegamos ao nosso destino final, fico pensando se algum dia vou me esbarrar em você em algum ponto de táxi. Pouco provável. Ou no shopping. Pouco provável. Ou misteriosamente você vai pegar na minha cintura e me puxar pra perto de você enquanto eu escuto minha música preferida. Menos provável ainda.

Não sei. Só espero que nesse dia eu esteja vestindo meu vestido floral, curto e rodado. Aquele que eu ainda estou esperando a ocasião certa para usá-lo. Espero que nesse dia eu acorde com vontade de me arrumar. Com certeza vou está com muito rímel e um leve avermelhado na boca. Espero que você traga com você chocolate Sonho de Valsa. Meu preferido. Mas juro que não irei reclamar se for um daqueles que você levava para os nossos encontros.

Sei que nesse exato momento não estou dentro de carro nenhum. E estou longe da cidade grande. E que nos vimos semana passada e iremos nos ver de novo essa semana e que nada será igual à minha imaginação. Sei que nesse exato momento você está trabalhando e eu estou na faculdade mascando chiclet com meu vestido confortável, coque... E com muito rímel... Estou na aula de Fonética escrevendo esse texto no bloco de notas do meu celular. Mas o que importa é que apesar do tempo você sempre fez parte da minha imaginação.